No Brasil, o Uber Eats era um dos grandes concorrentes do iFood e do Rappi. No entanto, a empresa divulgou que, a partir de 8 de março, não vai mais fazer entregas de pedidos de restaurantes. Entenda os detalhes sobre a decisão e como será o funcionamento do Uber Eats no futuro.
Em janeiro, o Uber Eats trouxe uma notícia que deixou clientes e entregadores abalados, já que se tratavam de grandes mudanças no nicho da empresa. No início de 2022, a empresa revelou que não iria mais trabalhar com entregas de refeições. Isso trouxe expectativas negativas para o mercado de entregas no Brasil.
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Segundo Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), decisões como a da Uber Eats podem trazer sérios danos à economia. Além disso, um dos principais problemas é a diminuição da competitividade no mercado. Hoje em dia, o iFood lidera com grande vantagem, chegando a estar presente em mais de 70% dos contratos com restaurantes e bares.
Ainda mais, devido a essa grande participação do iFood, reclamações organizadas entre o Rappi e o Uber Eats fizeram com que o governo proibisse a empresa de líder de conseguir ainda mais espaço. Conforme os donos de restaurantes e bares da Abrasel, quanto menor a competitividade do mercado, mais desvantajosas são as relações comerciais.
Uber Eats vai continuar em 2022?
Segundo a empresa, as funções do app vão continuar ativadas para pedidos de supermercado e para algumas lojas com parceria. Dessa maneira, o Uber Flash, feito justamente para entrega de pequenos pacotes, também vai continuar funcionando. Mas, de acordo com os diretores-executivos, o Uber Direct pode crescer ainda mais, permitindo que clientes recebam entregas no mesmo dia do pedido.
Os desenvolvedores da companhia também pensam em aumentar ainda mais as redes de transporte do Uber, buscando parcerias independentes com empresas de telefonia. O Uber Moto pode ser uma realidade em breve, o que mudará a forma como clientes se locomovem em grandes centros urbanos no Brasil. Até o momento, essa nova modalidade está disponível em apenas algumas capitais.
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A empresa explicou que os donos de bares e restaurantes vão receber todo apoio, podendo facilitar a entrega de refeições pelo app Uber neste período de transição. A decisão vem de um conjunto de novos planos que a plataforma está colocando em ação, escolhendo atividades que foquem no crescimento do transporte de pacotes suprimentos de lojas e supermercados.
Contudo, a notícia de que o Uber Eats iria deixar de fazer entregas de refeições fez com que muitos clientes e empreendedores do ramo da alimentação se perguntassem o porquê dessa ‘’recuada’’. Nesse sentido, algumas especulações surgiram, o que poderia explicar alguns dos motivos que fizeram a empresa abandonar essa área.
Possíveis motivos para a desistência da entrega de refeições
Especialistas da área perceberam que a Uber Eats revelou a decisão logo após a aprovação de uma nova lei no Congresso. Neste mesmo período, o presidente Jair Bolsonaro (PL) havia acabado de assinar um projeto que fazia com que as empresas fossem obrigadas a contratar seguro para entregadores. Isso seria útil em casos de acidente durante o trabalho.
Mas vale ressaltar que a empresa não deixou claro em nenhum momento que a decisão aconteceu devido à lei mencionada. Desse modo, a plataforma só explicou que vai preferir se dedicar à parceria com a Cornershop, que já acontece desde 2019. As entregas são de pet shops, bebidas, mercados em geral, entre outros serviços do ramo.
De início o Uber Eats era parte do Uber tradicional para motoristas e clientes, mas, após o grande sucesso, virou um app independente. Nos primeiros anos de funcionamento, a plataforma conectava restaurantes aos clientes em milhares de cidades por todo o Brasil, sendo um concorrente grande para os demais serviços de entrega.
Portanto, para o mercado de entregas de refeições, a saída do Uber Eats desse ramo pode trazer impactos diversos. Entre algumas das mudanças, está o aumento do domínio do iFood pelo território, caracterizando uma relação próxima de monopólio, apesar de existirem outras companhias de renome no país.
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