Não é de hoje que os criminosos arranjam formas de driblar as tecnologias para favorecer os seus planos perversos. Da antiga saidinha de banco até a clonagem dos chips e cartões, eles encontram brechas para minar o sistema. O mundo virtual, nesse sentido, não é nenhuma fortaleza isenta desses indivíduos e o crime dessa vez é um golpe em aplicativos de bancos.
De modo geral, trata-se do SIM-swap, uma nova forma de render os clientes dos bancos. A ação baseia-se, a princípio, numa transferência do número de telefone de uma vítima para outro chip e daí o ato criminoso vai então para as últimas consequências.
O método utilizado no golpe
O método dos golpistas é bem parecido com o que algumas quadrilhas já utilizam para invadir os aplicativos de bancos em celulares previamente roubados. Contudo, a novidade nesse método está no fato de que não é preciso sequer um tipo de contato, por extremo que seja, com o aparelho da vítima. Ou seja, a invasão que eles fazem como que ocorre no ar, sem nenhum tipo de barreira.
Desse modo, o golpe é completamente remoto, o que faz com que qualquer pessoa esteja na mira dos criminosos, onde quer que esteja. Além disso, na grande maioria das vezes, a vítima só chega a ter ciência do ocorrido muito tempo após a execução do ato.
Casos reais:
1. Uma vendedora de e-commerce
Nesse ínterim, uma vítima do golpe, chamada Yara Marchioni, 39, relatou a sua infeliz experiência e esclareceu alguns pontos a esse respeito. No caso dela, o prejuízo causado chegou ao valor total de R$ 30, que estavam em compras diversas e nos empréstimos que criminosos fizeram no nome dela.
E tudo isso aconteceu muito rápido. Por um breve momento, enquanto estava conectada ao Wi-Fi, ela não percebeu que em um dado intervalo a sua conexão havia caído e, portanto, ela perdeu o sinal do celular. Foi esse o tempo entre a ação dos golpistas e o aviso no celular.
Ou seja, decorrido algum tempo, o próprio aplicativo do banco enviou um alerta para o telefone de Yara, no qual dizia que uma transferência bancária da sua conta não havia sido concluída. Ou seja, a tentativa dos criminosos foi mal sucedida, e o erro em que resultou foi dedurado à própria vítima. Nesse caso, a mulher pode considerar que foi vítima da sorte também, de certo modo.
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Em suma, como ela sabia não ter feito ou solicitado nenhuma movimentação dessa natureza, logo a transferência enquadrou-se como suspeita. No decurso das investigações, as evidências vieram à tona e, por fim, ainda houve uma ameaça de que o seu nome constaria ao Serasa.
O maior desgaste, contudo, foi perder a plataforma de pagamentos que era fundamental para o andamento do seu negócio, que são as vendas online. Isso porque era o único meio pelo qual as suas clientes realizavam os pagamentos referentes às suas vendas.
2. Uma especialista em negócios
Uma determinada especialista no assunto de inteligência de negócios não identificada, informou ao portal UOL a sua experiência enquanto vítima do mesmo golpe. Segundo ela, somente depois de receber uma uma notificação no telefone é que ela se deu conta do ocorrido. A mensagem dizia o seguinte: “não foi possível verificar este telefone. Provavelmente porque você registrou seu número em outro aparelho”.
Curiosamente, a informação chegou pelo WhatsApp, ainda mais curioso é que ela, sem saber do golpe, tinha certeza de que não fez a movimentação. Neste segundo caso, os golpistas mexeram em quase R$ 28 mil em compras – atenção! – nos sites cujo cartão de crédito já constava como pré-cadastrado.
É claro que logo que identificado o banco bloqueou todas as transações e ressarciu a vítima, contudo o transtorno e o susto não deixaram de ser um fato. Por fim, a vítima ainda declarou que os mesmos indivíduos invadiram o seu e-mail pessoal, no qual havia ainda várias outras informações pessoais.
As consequências geradas pelo novo golpe
A consequência principal é o aumento da desconfiança dos usuários com relação a essas modalidades de operação. Mesmo que a facilidade e a rapidez sejam fatores decisivos, ninguém quer sequer pensar em ser roubado de forma tão absurda.
Nesse sentido, é válido cobrar dos que disponibilizam as ferramentas e as plataformas maior segurança em todas as operações que ocorrem. Além de, pessoalmente, tomar cuidado ao delegar aos aparelhos a guarda de informações pessoais sigilosas que podem comprometer tanto e gerar tantos desgastes.